Da Agência Ambiente Energia - As medidas que o Brasil deve adotar em relação à utilização da energia nuclear serão discutidas em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado, com a participação de outras comissões. O debate visa instruir projeto de lei do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que propõe a suspensão por 30 anos da construção de novas usinas nucleares no país.
A proposta (PLS 405/11) foi retirada da pauta da quinta-feira, dia 22 de setembro, para que os senadores discutam melhor o assunto, avaliando a necessidade da suspensão e o prazo adequado para duração da medida.
O relator da proposta, senador Roberto Requião (PMDB-PR), apresentou voto pela aprovação da matéria, que terá decisão terminativa da CI. Ele ressaltou que o Brasil possui outras fontes alternativas de energia limpa e que não precisa investir em energia nuclear. Para Requião, apesar dos progressivos aperfeiçoamentos da tecnologia, a utilização da energia nuclear ainda se apresenta como uma fonte insegura. Eventual acidente com usinas nucleares, ressaltou o senador, além das perdas humanas, inutiliza recursos naturais e causa prejuízos às gerações futuras.
Apesar de defender a suspensão da construção de novas usinas nucleares no país, Requião considerou importante a continuação de pesquisas na área. “Deixemos que os países que têm tecnologia e precisam desta energia financiem as pesquisas e corram os riscos. O Brasil tem muitas outras fontes alternativas e não precisa correr esse risco”, disse.
Angra 3 – Após o acidente de Fukushima, no Japão, os países estão reavaliando a utilização deste tipo de energia. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) criticou a omissão do governo brasileiro, ao não emitir declaração sobre o assunto expondo as medidas de segurança a serem tomadas no país. “Continuamos construindo Angra 3 como se nada tivesse acontecido”, disse Flexa Ribeiro.
O senador Valter Pinheiro (PT-BA) ressaltou que países europeus estão desativando suas usinas, porém continuam com a pesquisa e vendem usinas prontas, inclusive para o Brasil. Para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), apenas a decisão de não construir mais usinas não basta. É preciso, segundo ele, também discutir o tratamento a ser dado às já existentes. (com informações da Agência Senado)
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